Reabilitar também é coisa de criança

Terapia feita por videogame e plataformas computacionais ajuda no tratamento de disfunções ortopédicas e neurológicasGOIÂNIA – Muita gente ainda vê os jogos de videogame e computador como vilões da saúde de crianças e adolescentes. E, de fato, se usados em excesso, sem que sejam observadas as regras de boa postura e tempo, eles são perigosos e podem afetar o funcionamento do organismo.

Entretanto, o que poucos sabem é que hoje em dia essas plataformas se tornaram aliadas de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na reabilitação de quem sofre de problemas ortopédicos ou neurológicos. Segundo o profissional da área Dagoberto Miranda Barbosa, as novas tecnologias do entretenimento romperam com a ideia de que o jogo acontecia sentado, possibilitando movimento nos membros superiores e inferiores. “Através dessas terapias, procuramos aliar a parte física, com movimento, repetição e exercício, e diversão e motivação”, conta.

Entre os ganhos decorrentes da técnica, Dagoberto ressalta melhoras na coordenação, a destreza e no padrão de marcha, além de conscientização corporal. “Isso acontece porque as atividades são planejadas a fim de oferecer um bom desempenho ao paciente e, ao mesmo tempo, um jogo desafiador”, complementa. Utilizados no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) há dois anos, esses recursos já têm feito parte do tratamento de diferentes tipos de pacientes. “A única exigência desse tipo de técnica é que o indivíduo seja capaz de se adequar ao equipamento e tenha condições de responder aos esses sistemas”, afirma.

“É preciso criar protocolos de atendimento”
Segundo o terapeuta, ainda é preciso desenvolver estratégias para a formação sistematizada desse recurso. “Perceber no videogame uma oportunidade de tratamento exige iniciativa e criatividade do profissional”, defende Dagoberto.

“O ideal seria criar protocolos de atendimento que possam ser reproduzidos e que pudéssemos dialogar com as empresas que criam esses softwares para que pudéssemos ter recursos mais flexíveis e ainda mais eficientes”, completa. Ele conta, ainda, que os jogos são usados para o desenvolvimento da parte cognitiva há algum tempo, mas só ultimamente, com o aparecimento de tecnologias que permitem mais interatividade, puderam ser adaptados às demandas físicas.

“Equilíbrio é fundamental
O profissional alerta: jogar indiscriminadamente é uma coisa, terapia é outra. “Tudo o que é em excesso precisa ser analisado. Nesse caso, além dos problemas de saúde, leva ao isolamento social. O videogame pode ser um instrumento muito rico, mas o ideal é usá-lo equilíbrio”. Os pais agradecem.

 

Agradecimentos

Departamento de Marketing do Crer

Ascom/SBOT-GO